03 agosto, 2017

Plataformas Elevatórias - Riscos e métodos de Segurança em sua operação

Plataforma elevatória é um tipo de elevador industrial, um equipamento extremamente útil para o setor da construção civil e para o setor industrial, de um modo geral. Eletricistas, pintores e trabalhadores de armazéns são alguns dos exemplos de trabalhadores que utilizam esse recurso.
Quando utilizadas de maneira correta permitem o rápido e seguro acesso a zonas que, de outra forma, seriam acessíveis somente com a instalação de andaimes, por exemplo. E, assim como qualquer ferramenta de trabalho, existe a forma correta e segura de utilizá-la. Quando utilizadas sem o conhecimento das suas limitações ou desrespeitando as normas de segurança, elas podem colocar em risco a vida dos trabalhadores.

Nesse vídeo podemos ver uma simulação onde uma PTA passa por um obstáculo e o seu operador é lançado para fora, sendo "salvo" pelo cinto de segurança que está ancorado na própria plataforma.


A Norma Regulamentadora que trata desse assunto é a número 18 (NR – 18). De acordo com esta NR:
“Os equipamentos de transporte vertical de materiais e de pessoas devem ser dimensionados por profissional legalmente habilitado o qual terá sua função anotada em carteira de trabalho”. Ou seja, se você não está apto para exercer tal função, não faça!
A qualificação do montador e do responsável pela manutenção deve ser atualizada anualmente e os mesmos devem estar devidamente identificados.
Os operadores devem ter ensino fundamental completo e devem receber qualificação e treinamento específico no equipamento, com carga horária mínima de 16 horas e atualização anual com carga horária mínima de quatro horas. Mantenha suas atualizações em dia e evite problemas posteriores!
• São atribuições do operador:
o Manter o posto de trabalho limpo e organizado;
o Instruir e verificar a carga e descarga de material e pessoas dentro da cabine;
o Comunicar e registrar ao engenheiro responsável da obra qualquer anomalia no equipamento;
o Acompanhar todos os serviços de manutenção enquanto executados no equipamento.
• Durante a execução dos serviços de montagem, desmontagem, ascensão e manutenção do elevador:
o Isolar a área de trabalho;
o Proibição da execução de outras atividades nas periferias das fachadas onde estão sendo executados os serviços;
o Proibição da execução deste tipo de serviço em dias de condições meteorológicas não favoráveis como chuva, relâmpagos, ventanias, etc.
• No transporte e descarga de materiais, perfis, vigas e elementos estruturais é proibida a circulação ou permanência de pessoas sob a área de movimentação da carga e devem ser adotadas medidas preventivas quanto à sinalização e isolamento da área.
• Os equipamentos de guindar e transportar materiais e pessoas devem ser vistoriados diariamente, antes do início dos serviços, pelo operador, conforme orientação dada pelo responsável técnico do equipamento, atendidas as recomendações do manual do fabricante, devendo ser registrada a vistoria em livro de inspeção do equipamento.
• É proibido o transporte de pessoas por equipamento de guindar não projetado para este fim.
• Em relação aos elevadores de transporte de materiais, é proibido:
o Transportar materiais com dimensões maiores que as dimensões internas da cabine no elevador;
o Transportar materiais apoiados nas portas da cabine;
o Transportar materiais do lado externo da cabine, exceto nas operações de montagem e desmontagem do elevador.
o Transportar material a granel sem o acondicionamento adequado.
Visto o que trata a NR, sabemos agora que a utilização de plataformas elevatórias tem normas de segurança a serem seguidas. Por serem muito práticas e convenientes, podem se tornar um equipamento altamente perigoso para aqueles que não estão habilitados para a operação.
Vale ressaltar também que o trabalhador deve estar sempre usando o cinto de segurança, o EPI e respeitar a sinalização da área onde a máquina está atuando.
• As plataformas nunca devem ser utilizadas:
o Em terreno mole, instável, com obstáculos ou detritos;
o Em terreno que apresente uma inclinação superior ao limite admissível;
o Se a velocidade do vento for superior ao limite previsto;
o Junto de cabos elétricos;
o Em ambientes com temperaturas inferiores a -15°C;
o Em zonas sujeitas a explosão;
o Em zonas de ventilação insuficiente devido aos gases tóxicos de escape;
o Durante a noite, exceto se tiver instalada a opção de projetor de trabalho;
o Em presença de campos eletromagnéticos intensos como radar, aparelhos celulares e correntes elétricas fortes.
• Para reduzir os riscos de queda grave os trabalhadores devem:
o Agarrar-se firmemente ao anteparo ao subir ou ao conduzir a plataforma;
o Eliminar todos e quaisquer vestígios de óleo ou de massa lubrificante que haja nos estribos, no pavimento e nos corrimões;
o Evitar embates contra obstáculos fixos ou móveis;
o Evitar aumentar a altura de trabalho mediante a utilização de escadas ou outros acessórios;
o Evitar conduzir a plataforma a grandes velocidades em zonas estritas ou com obstáculos;
o Nunca utilizar a plataforma para rebocar.
Siga os procedimentos de segurança e preze pela sua integridade física!


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02 agosto, 2017

Noções Básicas para Cálculo de Linha de Vida

Linha de vida é um dos temas mais preocupantes na área de segurança do trabalho, um dos motivos é a falta de literatura disponível nesse assunto, fazendo com que muitos profissionais recorram a fórmulas prontas na internet. Então o primeiro aviso para quem ler este artigo é: não existe solução pronta para linha de vida com cabo flexível, cada configuração apresentará um resultado diferente a depender do diâmetro do cabo, tipo de arranjo dos fios, comprimento do vão, número de trabalhadores, etc. Veja a figura a seguir:

Essa fórmula está correta, porém, a partir dela darei o primeiro alerta sobre seu uso. Muitas das memórias de Cálculo que plicam essa fórmula, o fazem sem levar em consideração o fator rigidez do cabo de aço. Ou seja, o calculista simplesmente atribui um dado valor para a flecha “f”, uma carga de impacto para o trabalhador em queda, obtendo o valor da tração do cabo de aço e assim o ponto de ancoragem. 
A grande questão, é que deve-se iniciar um processo de tentativa e erro, até obter coerência entre geométrica ( deslocamentos ocorridos), rigidez do cabo e o equilíbrio de forças. Este método é conhecido como método de segunda ordem. Os softwares comuns de estruturas metálicas, tem dificuldades de elaborar esse processo de tentativa e erro para configuração de linha de vida com cabo flexível (não converge), pois o sistema em seu estado inicial encontra-se em regime hipostático, ou seja é inicialmente instável, ele começa a se tornar estável a medida que o valor da flecha aumenta até seu ponto de equilíbrio. 
Por tanto, profissionais que fiscalizam projetos de linhas de vida, podem fazer a seguinte pergunta ao projetista: de onde vem esse valor de flecha? Respostas como: Experiência, padrão, é usual, devem ser bem analisadas e discutidas.
Vamos para um exemplo prático: Vão: 8 metros
Cabo de Aço: 6 x 19 Alma de Fibra. d= 9 mm
Carga de ruptura 5000 kgf
Vamos supor que um projetista estipulou uma flecha de 1 metro para este exemplo, assim, obtemos:
=600 kgf x 8,24/4= 1236 kgf
No entanto a flecha correta, que satisfaz as condições de equilíbrio de forças é feita por um algoritmo, que apresentaremos a seguir, a solução correta desse sistema como calcularemos a diante é uma flecha de 0,521 m. A constante elástica desse cabo (metade) nessa configuração é 679893 N/m. Vamos aplicar as equações:
Cálculo da tração pelo equilíbrio de forças:
=600 kgf x 8/4 x0,521= 2321 kgf
Aplicando as equações de deslocamento e rigidez:
T= kx= (hipotenusa - lo/2)x67893=22971N= 2340 kgf
P=2 x T x sen= 2 x 2340 x 0,521/4=609 kgf

Ou seja, existe uma única solução que satisfaz o equilíbrio de forças e os deslocamentos para a constante elástica calculada. Observe a diferença de valores na solução estimada (1236 kgf) e na solução exata 2340 kgf. Este é o exemplo mais simples, um único vão com um único trabalhador.

A seguir o método de cálculo de segunda ordem:
A rigidez do cabo de aço é calculada da seguinte maneira:
Área= F x d x d
O módulo de elasticidade do cabo de aço e o fator de área devem ser fornecidos pelo fabricante do cabo, no entanto, pode-se estimar:

Fonte: Elementos de Maquinas 9º Edição - Sarkis Melconian
E o módulo de Elasticidade:

Fonte: Elementos de Maquinas 9º Edição - Sarkis Melconian

Com estes dados, inicia-se o algoritmo:
Vamos das continuidade ao primeiro exemplo.
Vão: 8 metros
Cabo de Aço: 6 x 19 Alma de Fibra. d= 9 mm
Por tanto, pela tabela I fator F é igual a 0,395.
Pela tabela II, módulo de elasticidade: 85.000 N/mm2
Rigidez do cabo cálculada: 67989 kgf/m
Tentativa 1:
Estima-se uma flecha de 1 metro
Tração pela fórmula equilíbrio forças: 600kg x 8/(4 x 1)= 1200 kgf
 Nova flecha pela fórmula rigidez= (hip-lo)x k= (hip-lo)x67989=1200 kgf
Nova flecha: 0,4 m
Tentativa 2:
Estima-se uma flecha de 0,4 metros.
Tração pela fórmula equilíbrio forças: 600kg x 8/(4 x 0,4)= 3000 kgf
 Nova flecha pela fórmula rigidez= (l-lo)x k= (l-lo)x67989=3000 kgf
Nova flecha: 0,6 m
Tentativa 3:
Flecha: 0,6 m
Tração pela fórmula de equilíbrio: 2000 kgf
Nova flecha fórmula rigidez= (l-lo)x k=(l-lo) x 67989=2000 kgf
Nova flecha: 0,49m
Tentativa 03:
Tração pela fórmula de equilíbrio: 2448 kgf
Nova flecha pela fórmula rigidez:2448 kgf= (l-lo)x k
Nova flecha: 0,54 m
Tentativa 4:
Tração pela fórmula de equilíbrio: 2222 kgf
Nova flecha: 0,52 m
Tentativa 5:
Tração pela fórmula de equilíbrio: 2307 kgf
Nova flecha: 0,522 m
Tentativa 06:
Tração pela fórmula de equilibrio: 2298 kgf
Nova flecha:
0,521 m
Ou seja, a solução única desse sistema é uma flecha de 0,521 metros, sendo que a tração do cabo será de 2298 kgf. Por ser um algoritmo simples, o mesmo pode ser feito em recursos de programação como Visual Basic e outros
Cuidados além desse primeiro exemplo:
- Se for incluir nesse caso um absorvedor de energia, este limita o valor da tração do cabo, no entanto deve-se ter uma nova preocupação com a flecha ( contato do trabalhador com o solo) que será obtida nessa nova configuração. O cálculo é mais complexo.
- Se houver mais de um vão, estes cálculos não se aplicam, pois o restante do comprimento de cabos de aço torna o cálculo mais complexo.
- Deve-se preocupar com toda a estrutura onde será instalada a linha de vida. Não apenas ponto de ancoragem.
Em resumo, linha de vida é um assunto complexo, os projetos das mesmas devem ser feitos por profissionais experientes.
Este artigo se propões apenas a dar uma noção a pessoas que trabalham indireta ou diretamente com linha de vida. Um projetista para projetar, necessita de muito mais recurso e muito mais conhecimento. 
Fonte: Daniel Vidigal Duarte Souza
Contato: daniel@vidigalsolucoesengenharia.com
http://www.vidigalsolucoeseng.com/




10 julho, 2017

Portarias do MTE alteram as NR's 6, 9 e 20 em Julho de 2017

Três portarias que trazem alterações às Normas Regulamentadoras (NR) 6, 9 e 20 foram assinadas pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira de Oliveira, e publicadas no dia 7 de julho, na seção 1 do Diário Oficial da União.


As mudanças na NR 6 (Equipamentos de Proteção Individual – EPI) se deram por meio da portaria nº 870, que trouxe a inclusão dos seguintes itens no Anexo 1: G.4 – Calça: e) calça para proteção das pernas contra umidade proveniente de precipitação pluviométrica; H.1 – Macacão: d) macacão para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade proveniente de precipitação pluviométrica; e, H.2 – Vestimenta de corpo inteiro: d) vestimenta para proteção de todo o corpo contra umidade proveniente de precipitação pluviométrica. Além disso, houve alterações no item E.1 – Vestimentas: e) vestimenta para proteção do tronco contra umidade proveniente de precipitação pluviométrica.

A portaria nº 871, altera a redação do subitem 12.1.1 do Anexo 2 – Exposição Ocupacional ao Benzeno em Postos Revendedores de Combustíveis – PRC, da Norma Regulamentadora nº 9 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA). Conforme o texto, os trabalhadores que realizem, direta ou indiretamente, as atividades críticas listadas no subitem 5.1.1.1, exceto as alíneas “d”, “g” e “h”, e, inclusive, no caso de atividade de descarga selada, alínea “e”, devem utilizar equipamento de proteção respiratória de face inteira, com filtro para vapores orgânicos, assim como, equipamentos de proteção para a pele.

Já, a portaria nº 872, aprova as diretrizes e requisitos mínimos para utilização da modalidade de ensino à distância (EaD) e semipresencial para as capacitações previstas na Norma Regulamentadora nº 20 (Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis), desde que sejam atendidos os parâmetros especificados no Anexo III – Diretrizes e Requisitos Mínimos para utilização da modalidade de ensino à distância e semipresencial – incluído nesta Portaria, bem como o disposto no item 20.11 e seus subitens e no Anexo II da NR 20.



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04 julho, 2017

Animação sobre trabalho em altura - NR 35

Trabalhos em Altura - NR-35 - Riscos e Prevenção de Acidentes



Quando se trata de trabalhar em altura, é fundamental ter atenção redobrada. Afinal, qualquer imprevisto ou acidente com o trabalhador, quando este está a muitos metros do chão, tende a ser muito mais grave e prejudicial. No post de hoje falaremos sobre os principais riscos relacionados aos trabalhos em altura, assim como também as medidas de prevenção de acidentes. 

É considerado trabalho em altura toda atividade que for executada acima de 2 metros do piso, onde exista o risco de queda, que pode ter consequências graves ou até mesmo fatais. Em primeiro lugar, é fundamental que se observe quais são as atividades a serem cumpridas e como estão as condições do ambiente do trabalho, como por exemplo a possibilidade de exposição a ventanias, chuvas, eventualidade de hipotermia, recomendando-se o uso de barreiras para impedir a exposição, vestimentas adequadas, entre outros, dependendo do caso. 

Normas de Segurança: a NR35 

A maioria das eventualidades de acidente de trabalho em altura são decorrentes do não atendimento de normas de saúde e segurança do trabalho, em especial a NR35. Essa norma determina os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, compreendendo a organização, o planejamento e sua execução, buscando garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores que estejam envolvidos de forma direta ou indireta com esta atividade. Segundo consta na NR35, aqueles empregados que não acatarem a legislação trabalhista estarão sujeitos a multas que irão variar de acordo com o tipo de infração. 

Prevenção de acidentes

Muitos acidentes que acontecem, poderiam ter sido evitados se medidas preventivas tivessem sido tomadas. A prevenção é fundamental nos ambientes de trabalho, e a NR35 também trata desse assunto. 

Entre as medidas previstas na norma regulamentadora citada acima, estão as seguintes: 

  • Promover a realização das medidas de proteção adequadas, sendo que a seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos sistemas de proteção coletiva e individual precisam acatar orientações dos fabricantes, princípios da redução do impacto e dos fatores de queda e normas técnicas vigentes; 
  • Executar a análise de risco antes que a atividade tenha início; 
  • Expedir permissão de trabalho para atividades que não sejam de rotina; 
  • Criar um procedimento operacional para atividades de rotina de trabalho em altura, que terá que ser documentado, conhecido, entendido e divulgado pelos trabalhadores que realizam o trabalho e pelas pessoas nele envolvidas; 
  • Proporcionar a realização de prévia avaliação das condições do local de trabalho para implementar e planejar as ações e medidas de segurança aplicáveis não contempladas no procedimento operacional e na análise de risco; 
  • Elaborar uma sistemática de autorização dos empregados para trabalho em altura, 
  • Garantir a supervisão do trabalho e a organização e arquivamento da documentação característico para disponibilização, quando for necessário, à Inspeção do Trabalho; 
  • Capacitar os trabalhadores por meio de treinamento periódico prático e teórico com carga mínima de 8 horas; 
  • Efetivar exames médicos voltados às patologias que possam originar queda de altura e mal súbito, levando em conta também os fatores psicossociais; 
  • Interromper o trabalho caso ofereça condição de risco não prevista; 
  • Conceder equipe para respostas em caso de emergências para trabalho em altura com os recursos exigidos. 


Como você pode perceber, os riscos para trabalhos em altura são evidentes, mas podem ser minimizados se as medidas preventivas forem respeitadas. Assim, você garante o bem-estar e saúde do trabalhador, e o resultado para a empresa. 


03 julho, 2017

Medidas de Controle Riscos - O que é e como aplicar

Hierarquia das Medidas de Controle

Há diferentes medidas que podem ser implementadas a fim de controlar a exposição nos ambientes de trabalho. Algumas medidas são preferíveis em detrimento a outras e é possível desenvolver uma lista de medidas em ordem prioritária. Tal lista é comumente conhecida como uma Hierarquia de Controle (HOC). Existem várias versões diferentes do HOC, mencionados nos livros didáticos e revistas. No entanto, todos eles são baseados nos mesmos princípios básicos.



A hierarquia pode ser desenvolvida considerando que os controles podem ser aplicados e também qual o tipo de controle é susceptível de ser mais eficaz.

Há três "zonas" onde as medidas de controle podem ser aplicadas:

Na origem do contaminante - Fonte
Ao longo do percurso entre a origem e o trabalhador - Ambiente
No receptor - Trabalhador

A melhor maneira de conseguir um controle eficiente é focando ações na fonte geradora do contaminante. Se isto não for conseguido ou não resolver o problema, deve ser feita uma tentativa de controlar o agente de risco no percurso (ambiente) entre a fonte e o trabalhador. As medidas de controle primária baseada em torno dos próprios trabalhadores serão utilizadas se a intervenção da fonte e na trajetória for insuficiente.


3.1 Controle na Fonte
As medidas que podem ser aplicadas na fonte da contaminação incluem:

Eliminar a fonte;
Substituir, utilizando processos e/ou materiais menos perigosos;
Isolar / conter / enclausurar – cercando as fontes ou os trabalhadores, ou a fonte e alguns funcionários juntos em vez de todos os trabalhadores;
Modificar o processo de produção;
Incluir métodos automatizados - uso de robótica, produtos auxiliados com controle remoto ou computador;
Separação - colocar a fonte em um local diferente dos trabalhadores;
Ventilação local - uso de ventilação para capturar o contaminante na fonte, para evitar a dispersão;

3.2 Controle na trajetória - Ambiente
Controle ao longo do percurso, quando o contaminante é de dispersão, é mais difícil e menos opções estão disponíveis. Incluem:

Ventilação geral - o que dilui a concentração de contaminantes;
O aumento da distância entre a fonte e os trabalhadores, ou seja, o aumento do comprimento do percurso de modo que haja mais dispersão e diluição;
Uso de telas e barreiras parciais.

3.3 Controle no receptor - Trabalhador  
Controles baseados no trabalhador incluem:

Controles administrativos – rotatividade de trabalhadores, limitando o tempo que eles trabalham em um local insalubre e/ou perigoso; sinalização do ambiente;
Equipamento de proteção individual (EPI) - utilizando algo que impeça o contaminante de afetar a segurança/saúde do trabalhador, mesmo que ele já tenha sido atingido pelo agente de risco.


Observe que essas categorias não são definitivas. Existe um grau de subjetividade no momento de decidir qual categoria um determinado controle pertence e, de fato, alguns controles poderiam ser considerados para se encaixar em mais de uma categoria. Por exemplo, alguns textos consideram ventilação exaustora e local para serem controles de via, no entanto, é importante reconhecer que a ventilação exaustora e local, sendo aplicado perto da fonte, geralmente são muito mais eficazes para controlar a exposição que outros controles localizados ao longo do caminho ou controles baseados nos trabalhadores.

As medidas de controle também podem ser classificadas da seguinte forma:

  • Prevenção;
  • Controles de engenharia;
  • Controles por meio de procedimentos organizacionais;
  • Equipamentos de Proteção Individual.


Ao decidir sobre quais controles utilizar​​, devemos obedecer a hierarquia apresentada na figura abaixo e trabalhar no sentindo para baixo da lista, considerando cada medida por sua vez, e tentar usar medidas no topo da hierarquia. Isto significa que, apesar do Equipamento de Proteção Individual – EPI, muitas vezes ser uma opção aplicável, não deve ser a primeira escolha no controle da exposição a um agente de risco.

Outro fator deve ser levado em consideração ao selecionar um controle adequado da hierarquia, é a natureza da tarefa ou processo a ser controlado.

Uma tarefa ou processo de curto prazo resultante de atividades esporádicas é mais aceitável para considerar o uso de EPI. Já em tarefas ou processos permanentes ou de solução em longo prazo deve-se priorizar a parte de cima da hierarquia.

Elementos-chave da hierarquia de comando

Eliminação
Eliminar um perigo através da remoção de um processo ou de uma substância é, sem dúvida, a melhor solução. Isto pode não ser viável em curto prazo para os principais processos estabelecidos, mas muitas vezes pode ser aplicado na construção, novos projetos, manutenção ou outras atividades de curto prazo.

Substituição
Substituição envolve a alteração de substâncias químicas e/ou processos por uma menos perigosa. O processo de substituição tem sido usado ao longo da história. No entanto, é sempre importante considerar se o novo material pode apresentar novos riscos ou pode ter perigos que ainda não são totalmente compreendidos.

Uma consideração importante em torno substituição é o nosso conhecimento e compreensão, ou melhor, a falta dele, sobre a natureza perigosa/insalubre que estamos tratando.

Além disso, a substituição não está restrita às preocupações em torno da saúde humana apenas deve-se considerar a legislação ambiental.

Modificação
Modificação significa alterar as condições de funcionamento físicas sem alterar a química ou processo. Um processo pode ser umedecido para baixar e reduzir o pó, ou a temperatura pode ser reduzido para diminuir a pressão de vapor e da volatilidade de um produto químico.

Confinamento
O confinamento da fonte de perigo, colocando a substância perigosa num recipiente selado ou sistemas pode ser um meio muito eficaz de criar uma barreira entre o perigo e a pessoa.

Automação
Automação é o uso de alguma forma de robótica para substituir a função anteriormente prestada manualmente por um trabalhador exposto. Diminuição dos níveis de tarefas manuais mediante a introdução de tecnologias pode ajudar a reduzir a exposição dos trabalhadores, mas pode apresentar outros riscos de segurança. Cuidado pode ser necessário quando se olha para as outras atividades necessárias quando a automação é introduzida.

Isolamento
O isolamento é a separação da fonte e do trabalhador por uma barreira física tal como um invólucro, parede ou divisória. As divisórias não são tão eficazes como receptáculos completos, e podem ser necessários controles adicionais.

Se um trabalhador pode ser totalmente removido ou isolado do perigo, o risco para a saúde é removido.

Um exemplo de isolamento é a utilização de portas bloqueadas ou barreiras para impedir a entrada numa zona, enquanto os agentes nocivos estão presentes.

Também deve ser notado que o isolamento marca a parte da hierarquia em que o  fator humano e questões, tais como a competência, comportamento, motivação, etc, realmente começa a influenciar o modo como os trabalhadores vão utilizar os controles especificados, e daqui para baixo na hierarquia, o potencial de erro humano aumenta.

Ventilação
A ventilação é usada para o movimento de ar de forma a remover, deslocar ou diluir as concentrações do contaminante.

Ventilação de exaustão local, que envolve a remoção do contaminante do local de trabalho perto de sua fonte, é versátil e pode ser um controle de longo prazo mais eficaz do que a ventilação geral ou ventilação diluidora.

Ventilação de diluição envolve a adição de ar mais fresco para o local de trabalho para diluir o agente agressivo. Isto pode ainda resultar em exposição, mas para um produto diluído.

Todas as formas de ventilação pode desempenhar um papel em certas circunstâncias, como parte de uma estratégia de controle. No entanto, a eficácia da ventilação é frequentemente sobrestimada e pode por muitas razões práticas ser ineficaz na prática. Ventilação só será eficaz quando as características da fonte do contaminante estejam adequadamente investigadas e compreendidas e onde o trabalho tem sido feito para mostrar o impacto da corrente de ar sobre o contaminante.

Procedimentos administrativos
Medidas processuais ou administrativas são controles baseados nos trabalhadores que reduzem a dose recebida de um agente perigoso particular. Dose pode ser reduzida, diminuindo a quantidade de tempo que uma pessoa está em uma área particular, e pela redução do número de trabalhadores expostos através da realização de determinadas operações, quando menos trabalhadores estão presentes.

A duração, frequência e número de pessoas expostas constituem controles administrativos, no entanto boa gestão, formação e supervisão também estão incluídos nesta categoria. Uma boa limpeza pode remover os contaminantes do ambiente. A capacitação dos trabalhadores é considerada controle administrativo.

Equipamentos de Proteção Individual
Equipamento de Proteção Individual (EPI) envolve o uso de roupas adicionais, luvas e / ou máscaras para reduzir a exposição a uma substância química. Ela não é a primeira escolha, mas pode ser uma forma adequada de controle onde outras escolhas não são praticáveis​​, ou em combinação com outras medidas, onde a natureza do perigo requer um nível de camadas de proteção.