A partir de uma verificação de riscos mais comuns, inerentes a qualquer
instalação industrial, como instalações elétricas inadequadas ou falta de
equipamento de combate ao fogo, pode-se propor uma serie de medidas que visem
eliminar ou neutralizar os riscos encontrados.
Há uma série de riscos, porém, que variam de empresa para empresa, levando-se
em consideração o espaço físico, o tipo de processo, o produto fabricado, etc.
Deverá então o Serviço de Segurança procurar analisar os acidentes ocorridos e,
através dessas experiências negativas anteriores, descobrir condições ou a
atitudes inseguras mais específicas.
Inspeção de Segurança
A inspeção de segurança nada mais é que a procura de riscos comuns, já conhecidos teoricamente. Esse conhecimento teórico facilita a eliminação ou neutralização do risco, pois as soluções possíveis já foram estudadas por grande numero de técnicos e constam de extensa bibliografia.
Os riscos mais comumente encontrados em uma inspeção de segurança são:
- Falta de proteção nas maquinas
- Falta de ordem e limpeza.
- Mau estado das ferramentas.
- Iluminação e instalações elétricas deficientes.
- Pisos escorregadios, deficientes, em mau estado de conservação
- Insuficiência ou obstrução de portas e outros meios saída.
- Equipamento de proteção contra incêndio em mau estado ou insuficiente.
- Pratica de atos inseguros
As inspeções de segurança, dependendo do grau de profundidade
envolvem não só os elementos da Segurança do Trabalho, como também todo o corpo
de funcionários. Por exemplo: uma ferramenta manual avariada deverá ser
imediatamente substituída pelo operador no momento em que este a receber, pois
deverá ser feita a inspeção visual. Não há necessidade de se aguardar o momento
de vistoria geral de todas as ferramentas, a ser feita no almoxarifado, para que
a ferramenta defeituosa seja substituída.
Como em qualquer atividade que se deseja otimizar, há a necessidade de
organizar um programa bem definido para as inspeções, quando será estabelecido:
- que será inspecionado;
- a freqüência da inspeção;
- a responsabilidade pela inspeção;
- informações necessárias para verificação
- destino dos dados coletados.
Uma vez determinados esses aspectos
pode-se, então, partir para a proposição de medidas saneadoras, objetivo-fim de
qualquer inspeção de segurança.
Tipos de inspeção de
segurança
Ao examinarmos o primeiro item de um programa de inspeção, determinamos uma primeira divisão em duas classes:
a) Inspeções gerais - nas quais todas áreas são examinadas, fazendo-se
um levantamento global das condições operacionais da industria.
Devem ser coordenadas pelo Serviço de Segurança, recomendando-se a presença
de chefes e encarregados de setor, médico do trabalho, engenheiro de segurança,
técnico de segurança e cipeiros do setor, o que possibi1ita maior rapidez nas
informações, devido a discussão dos riscos no local e no momento da observação,
inclusive com uma primeira comunicação oral, embora exista a necessidade da
confecção de relatórios que documente o fato e proponha as soluções mais
adequadas a cada caso. Nas empresas que não possuam Serviço de Segurança, a
coordenação de tais inspeções é responsabilidade da CIPA - Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes.
Pode ser realizada mensalmente mas, de acordo com características de cada
empresa, a periodicidade pode ser maior ou menor.
b) Inspeções parciais - são inspeções restritas, limitando-se apenas a
verificar as condições de segurança em determinadas áreas, atividades ou mesmo
equipamentos especiais existentes.
Definição de
responsabilidades
Os elementos encarregados das inspeções podem ser funcionários da própria empresa, técnicos contratados ou inspetores governamentais.
Nas inspeções oficiais, normalmente não há a preocupação com uma analise
posterior, visando a inibição do risco. O técnico procura observar os pontos
conflitantes com a legislação e notifica o empresário.
Em empresas onde não há Serviço Especializado, é normal que a CIPA,
responsável pela coordenação das inspeções, contrate um técnico na área de
segurança para realizar uma inspeção geral . Após a inspeção, o técnico se
encarregara de propor soluções, facilitando e dinamizando, dessa forma, a
atuação da Comissão.
Quando, porém, já existe o Serviço Especializado, a necessidade dessas
inspeções gerais decai bastante, pois os inspetores da própria empresa deverão
ter conhecimentos técnicos gerais suficientes para descobrir e eliminar, ou
inibir, riscos mais comuns. A dificuldade aparece quando há a necessidade de
inspeções parciais mais detalhadas, como a inspeção de uma caldeira ou a
determinação da presença de riscos ambientais em determinado processo. Nestes
casos aconselha-se a contratação de elemento especializado, que podem, com menor
margem de erro, detectar qualquer anormalidade e apontar soluções
No âmbito interno de cada empresa, deverá o Serviço de Segurança equacionar
de forma bastante clara e precisa a responsabilidade de cada um dos
funcionários, pois todos eles deverão dar a sua parcela de colaboração na
prevenção dos acidentes;
Os técnicos de segurança deverão diariamente realizar inspeções de rotina,
objetivando a descoberta dos riscos mais comuns, tais como utilização de
instalações elétricas provisórias de maneira inadequada, desobediência a normas
de conduta por parte dos empregados, utilização de maquinas com proteção
inibidas ou em mão estado de conservação, armazenagem incorreta, etc.
Os encarregados de setores, dentro de suas funções normais, podem receber
atribuições que auxiliam o Serviço de Segurança por exemplo, a verificação da
utilização correta de EPI por parte dos seus subordinados ou a inspeção diária
de ferramentas pelo encarregado do almoxarifado, antes da entrega aos operários.
Os trabalhadores devem ser instruídos e treinados no sentido de inspecionarem
suas ferramentas, máquinas e equipamentos de proteção, antes de iniciarem a
produção. É uma inspeção mais simples e rápida, na maioria das vezes visual, que
possibilita a descoberta de falhas que, corrigidas a tempo, evitam o acidente.
A legislação determina a necessidade de inspeções periódicas em determinados
equipamentos, como caldeiras, elevadores e extintores de incêndio.
Outras inspeções são feitas de forma rotineira pelo próprio elemento que se
utiliza do equipamento, não se excluindo, porém, a necessidade de inspeções
periódicas por elementos da segurança. E o caso de cordas, correntes, cabos de
aço, escadas e ferramentas portáteis
Registro das inspeções
Para possibilitar estudos posteriores, ou mesmo para controles estatísticos,
inclusive de qualidade, deve-se preparar formulários especiais, adequados a cada
tipo de inspeção e nível de profundidade desejados.
A própria inspeção de equipamentos, feita pelo operário diariamente no início
do turno de trabalho, deverá ser facilitada através da elaboração de uma ficha
de inspeção. Os pontos a serem observados deverão ser colocados em ordem lógica
e o preenchimento deverá ser feito com uma simples marcação, ou visto.
Também o Técnico de Segurança, quando em uma inspeção rotineira, poderá
utilizar-se de um check-list.
Modelos
Uma vez preenchidos esses formulários, quando na inspeção do técnico de
segurança e se notada alguma irregularidade, deverá ser preenchido um relatório
de inspeção, em que serão registrados os pontos negativos encontrados e as
medidas propostas para inibir os riscos.
Esse relatório devera ter, no mínimo, quatro vias, distribuídas da seguinte
forma:
- uma via a ser mantida no Serviço de Segurança;
- uma via a ser enviada ao Chefe do Setor onde foi notada a irregularidade;
- uma via a ser enviada à gerência da área;
- uma via a ser encaminhada à CIPA, para que esta realize o acompanhamento necessário até a complementação das medidas corretivas propostas.
Completado o
trabalho, podem ser arquivada a via mantida pelo Serviço de Segurança, para
posterior consulta ou levantamento de dados estatísticos.
Obrigado!!!
Baixe um modelo de Planilha de inspeções
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